domingo, 28 de outubro de 2012

Dica!


Estou farto de ouvir oprimidos
Que na sua ignorância assumida são comprimidos
Não curto deprimidos profissionais
Fechados no quarto e atolados em comprimidos
A minha família cresceu a saber sentir a dor e a tristeza
Muitas vezes vazios de ideias e sem comida na mesa
Reza para que isto mude na mona desses políticos demitidos
Omitidos e esquecidos, pelo calor da bosta são aquecidos
Vocês sofrem de bug no software, tipo cenas informáticas
Eu falo de vários assuntos na poesia, Mixórdia de Temáticas
Estico as vossas consciências como se fossem elásticas
Faço injecção de saber nos vossos neurónios, operações plásticas
Sou puro, não guarda pedaços de rancor ou mágoa
Tu tens o pénis murcho como uma rosa sem água
Estas a dar de arrogante e maniento, não curto dicas copiadas
Sou apaixonado pela arte pura, rimas à luz da lua inventadas
100 Barras na barra onde treinei tanto até ficar barra
Vejo tantos vestidos de formigas a viver à conta da cigarra
Adoro ouvir um gajo a cuspir tiradas ciente das cenas
Sem altas roupas, só com o material verbal, tipo mecenas
Corres atrás das câmaras, pareces o Tintim
Eu corro a frente da polícia, está criado o motim
Métrica esdrúxula, criativa, imaginativa, fantasista e romancista
Dou à luz frases que voam como o vento, chama-me violinista
Eras gozado por seres rico mas teres inteligência parca
Leigo, medroso, populista, perfil ideal de autarca
Cúpula de rimas e conexões literárias, combinações várias
Se for preciso ficar até altas horas, fico até as horas necessárias
Tu até coras quando rimo com engenharia fabulosa
Construo engenhocas com metáforas, capacidade primorosa
Primo eu primo por uma escrita limpa e sem pontas soltas
Quando primo o botão da caçadeira cerebral, até bazas com escoltas
Indústria com linha de montagem de sonetos, quando faço arte, até ferve
Estrado de transe avançado, difícil haver algo que me enerve
Vinte e três anos a fazer poesias e prosas
Aprendes-te a respeitar e a não gozar
Onde eu via perigo e espinhos, tu só vês rosas
Vocês só conseguem ter um fã se conhecerem o vosso sósia
Rio-me quando vos ouço a menosprezar
Coitados dos desgraçados
Precisam de me ver passar
Para tentarem ser engraçados
Sejam reais e não bonecos amestrados
Com gravatas apertadas apressados prós mestrados
Com professores comunistas
Sedentos de dinheiro e pertencentes a listas
De organizações e sindicatos
Com uma foto já velha com cara de urso e camisola às listas
Tipo moços de recados
Dá tudo e tudo faz para poder ganhar causas
Tu tentas fazer linhas e textos, mas só fazes pausas
Entregas o documento com frases minhas e diz que tudo se ri
Mas quando ando na rua, ninguém pergunta por ti
Incógnito, como filhos de pai desaparecido
A tua mãe já teve tantos homens
Com nenhum és parecido
Agora a tua mãe está arrependida
Pelo médico, naquela tarde, ter aparecido
E tirar para fora este ser eunuco e inútil
E como gajas da linha, vazio e fútil
Vou dar o poema por terminado
Cuidado com os pés
O campo está minado
Com rimas minhas no subsolo
Não passas de um puto mimado
Até acasalar tenho que te levar ao colo!

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